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Amigos em Moçambique

Tal como prometido, venho contar a história do meu segundo Domingo de praia e falar-vos do Gani. Acho que posso saltar o relato de viagem, a Rita já tratou disso. Por isso falo do que me tocou e o que me fez bem.

A alegria das crianças é sempre contagiante e é impossível não nos sentirmos um bocadinho como eles, apesar da responsabilidade a que a idade obriga.

Preparação da ida à praia no “chapa” do Gani

Desta vez, para além das crianças, vi a alegria calma de alguém mais velho: o Gani. Sempre tranquilo e amável, este senhor não se importa de largar o seu trabalho (que não parece pouco!) a um Domingo, pegar na sua carrinha e transportar um grupo de miúdos barulhentos e uns tugas voluntários até à praia. E sorri e convida para almoço e ri quando acham que faz serviço de “chapa” e despede-se dizendo que está disponível para qualquer coisa. E está mesmo. A naturalidade com que faz “a sua caridade do mês”, a simpatia e a boa disposição são mesmo de louvar. Não se conhece na vida, infelizmente, muita gente assim. Mas ainda há e nós, na Ataca, temos a sorte de conhecer alguns.

Gani, o motorista (em 2º plano)

Por isso fica o convite: quando vierem a Quelimane procurem o restaurante do Gani, e deliciem-se com os pratos, a vista para o rio dos Bons Sinais e a amabilidade genuína deste nosso amigo. E mais tarde, aproveitem para um pé de dança na pista onde aparece música para todos os gostos.

E fiquem sabendo que, se depender deste senhor, vou definitivamente engordar em Moçambique…

Mudemos de tema e falemos de outros amigos: as tias da Casa Esperança são as maiores! A tia Guida e a Tia Dora são um encanto e fazem tudo por nós. São deliciosas as conversas e já aprendi umas tantas tradições femininas aqui da zona…não, não vou revelar conversas de mulher. Mas posso dizer que fiquei a apreciar ainda mais a goiaba e que há muita coisa que me falta aprender em muitas áreas do saber…

“As minhas Tias”

Enfim, tempo não me falta e com certeza muitas mais conversas haverá que poderei divulgar!

Cheguei há um mês a Moçambique e hoje partiu a Rita para Maputo, amanhã segue para casa. Quer dizer, para a sua casa em Portugal que a casa dela também é aqui e deixa muitas gente com saudades e a promessa do regresso.

Eu sei que ela volta.

Sei que vais morrer de saudades, Tia Rita, gorducha da panela (desculpa!) e sei que desta vez terminas o teu curso para poderes ficar mais tempo. E sei que vamos falar muitas vezes durante este próximo ano que vais estar aí, do outro lado, a trabalhar comigo.

Festa de despedida da Rita

Mas ainda assim…já não dividimos mosquiteiro nem conversas de almofada e por isso já tenho saudades!

A vida é feita, aqui mais do que noutros lugares, de partidas e chegadas. Todos os que chegam e todos os que partem são importantes e ninguém substitui ninguém, porque o coração é grande e há lugar para todos.

2º aniversário da ataca, no restaurante do Gani

Por isso: beijos à Rita, ao Tiago B. e ao Raul! Portem-se bem por aí.

Beijos aos (às) que estão para vir e beijos aos que ficam mas virão um dia.

E para os leitores já aborrecidos:

– meteorologia: o tempo está a aquecer, hoje já temos 35 graus.

– custo de vida: uma capulana custa 75MT e um lanho 2MT. A Laurentina sofre oscilações, mas compra-se por 25MT.

– curiosidades da casa: os miúdos estão a aprender rapidamente o sentido de negócio: afinal os putos da vizinhança pagam o baloiço à hora e em berlindes!

Outra da casa: anda tudo apaixonado!!! Até o Nando e o Chico têm dama. E há um poema que me (nos) persegue: todas as cartas de amor são ridículas… se o Pessoa soubesse! Recado à tia Rita: o Micael ainda não percebeu o poema e vou arranjar-lhe um menos complicado para ele poder explicar à sua dama o que lhe escreve.

Até já!

Paula Coelho